segunda-feira, 15 de julho de 2013

Porto-segurense preso na Inglaterra passa ao regime semiaberto

         
Depois de mais de três anos preso, o porto-segurense Alexandre de Sousa Silva, de 47 anos, viveu nesta sexta-feira, 5 de julho, seu primeiro dia no regime semiaberto. Ele cumpre pena de 11 anos na Inglaterra, acusado de conspiração para o tráfico de drogas classe A.

                        

A progressão de regime na Justiça britânica é feita através de categorias. Alexandre passou à categoria D - que permite ao preso trabalhar fora durante o dia e pernoitar no presídio - em dezembro de 2012. Ele só pode usufruir o benefício em julho deste ano porque, na época da reclassificação, como trabalhava em um cargo de confiança na prisão, o diretor da instituição pediu que Alexandre permanecesse mais alguns meses exercendo a função.

                              
De acordo com o sistema penal britânico, Alexandre deve ficar no semiaberto até completar 5 anos e meio que está preso – na Inglaterra, é preciso cumprir metade da sentença em detenção. Como a pena de Alexandre foi de 11 anos, em março de 2015 ele estará totalmente livre. Mas o baiano pretende entrar com pedido de revisão de sentença, o que poderá fazer com que ele consiga a liberdade até o final deste ano.
Para isso, é preciso dinheiro para pagar o advogado britânico que entrará com o pedido de revisão, valores que nem Alexandre, nem a família dele, que mora em Porto Seguro, dispõem. No ano passado o Itamaraty se comprometeu a arcar com os custos do escritório de advocacia inglês, mas até o momento não há data de quando o governo irá liberar esse pagamento, nem qual o valor disponibilizado.

                     

O drama de Alexandre, que mora há mais de 20 anos na Inglaterra e tem cidadania inglesa, começou em julho de 2009, quando ele foi preso acusado de conspiração para tráfico de drogas. Alexandre permaneceu preso de 6 de julho até 20 de novembro de 2009, quando passou a aguardar o julgamento em liberdade.

                           

Em março de 2010, o juiz Peter Clarke o sentenciou a 15 anos de prisão. Após a condenação, um amigo de Alexandre assumiu toda a culpa sobre o flagrante com drogas, em uma carta escrita à Corte britânica, reforçando a inocência do baiano. No dia 20 de janeiro de 2011, o brasileiro, que garante nunca ter tido qualquer envolvimento com drogas, teve a pena reduzida para 11 anos.

Bárbara Martau/O Povo News

domingo, 20 de maio de 2012

Dia das Mães: Dona Ivone é exemplo de força e perseverança na luta pela libertação do filho


Dia das Mães: Dona Ivone é exemplo de força e perseverança na luta pela libertação do filho
O Povo News/Bárbara Martau
Desde que seu filho foi preso, em julho de 2009, que o Dia das Mães passou a ser um momento de tristeza para dona Ivone Sousa Silva. “Desde o dia que soube que ele estava preso mudou tudo na minha vida. Acabou a felicidade e alegria que eu tinha de viver.  Não tenho vontade nem de fazer as coisas simples como ver uma novela, um jornal, escutar uma música”, afirma dona Ivone, de 75 anos, moradora de Porto Seguro.

Agora o Dia das Mães viu sinônimo de tristeza e saudade para ela. “Em datas como Dias das Mães, Natal, Ano Novo, aniversário, eu não faço mais nada, eu sofro muito, penso muito no meu filho, choro e oro muito por ele. Imploro a Jesus que no próximo Dia das Mães o meu filho esteja conosco”, revela a mãe de Alexandre de Sousa Silva, de 46 anos, que cumpre pena de 11 anos na Inglaterra, acusado de tráfico de drogas e conspiração para o tráfico.
Ao contar o que sentiu ao receber a notícia que mudaria a sua vida, ela diz que pensou ser algum engano da política britânica. Mas como toda mãe que ama e conhece seus filhos, em nenhum momento ela duvidou da inocência de Alexandre. “Jamais pensei que meu filho tivesse feito algo errado. Porque eu conheço o meu filho, sei o caráter dele, sei a pessoa que ele é”, destaca.
Reflexos na saúde física e financeira
A devastadora notícia da prisão de Alexandre também contribuiu para a piora da saúde de dona Ivone, principalmente as doenças de fundo emocional, como as úlceras nas pernas que praticamente a impedem de andar. As condições financeiras da família também sofreram um duro revés, já que Alexandre costumava mandar dinheiro para ajudar nas despesas. “A gente recebia uma boa ajuda. Ele mandava dinheiro para pagamento do convênio médico, para ter uma alimentação e uma vida melhor, porque o dinheiro da minha filha só não era suficiente, e a pousada que eu mantinha não rendia nada”, relata.


Sem o reforço mensal enviado pelo filho, dona Ivone foi obrigada a cancelar o convênio médico e mal tinha dinheiro para comprar os remédios. Mas com a força que ela demonstrou ter durante toda a vida para criar sozinha os dois filhos, além da filha adotiva, dona Ivone tenta superar mais esse momento difícil, pois sabe que é preciso estar bem para receber o filho quando ele foi solto. “Não gosto de pensar no que meu filho passou e está passando para não sofrer muito, porque quanto mais eu sofro mais as pernas pioram. E eu quero estar viva quando meu filho sair da prisão”, afirma ela, conhecida em Porto Seguro pelas ações solidárias em prol das crianças carentes.
Ida à Inglaterra
Em abril de 2011, dona Ivone esteve na Inglaterra para visitar o filho, depois de mais de dois anos sem vê-lo pessoalmente. E ali ela mostrou mais uma vez a força que as mães costumam adquirir quando se trata de seus filhos. Aos 74 anos, caminhando com auxílio de bengala e sem falar inglês, ela enfrentou dificuldades logo na chegada Inglaterra, quando teve de esperar mais de 3 horas no serviço de imigração, em uma cadeira de rodas, sem receber sequer um copo d’água e sem acesso a banheiro.


Instalada em Londres, viajava três horas para visitar Alexandre na prisão onde ele estava detido, em Nottingham, Norte da Inglaterra. Pegava quatro trens e mais um táxi para chegar lá, e após a visita, que durava no máximo três horas, enfrentava outras longas horas para voltar a Londres.
Isso tudo sozinha e sem falar inglês, o que lhe rendeu alguns momentos de sufoco – quando se perdeu em uma das estações ou quando não conseguiu desembarcar a tempo e teve que descer na estação seguinte, desperdiçando preciosas horas do restrito tempo de visita.
Durante a estada na Inglaterra, dona Ivone pode passar o Dia das Mães com o filho, já que na Inglaterra a data é comemorada no quarto domingo da Quaresma. Na ocaisão, ela recebeu de presente um urso de pelúcia feito pelo próprio Alexandre. Ela também acompanhou a audiência na Corte judicial em que foi estipulada a quantia do confisco (espécie de multa) a ser pago por Alexandre ao governo britânico.
Alexandre se fortalece com carinho recebido da mãe
A força e o carinho de dona Ivone, que nunca desacreditou do filho, servem como importante suporte emocional para Alexandre, que tem na mãe um exemplo de superação. “Minha mãe foi um exemplo de força, de perseverança, de amor e de força que eu preciso ter para superar tudo isso que estou passando. Ela é a minha inspiração”, afirma. “Graças a Deus eu tenho a mãe que tenho e, com fé, no próximo Dia das Mães estarei com ela”, ressalta.


Ele lembra os piores momentos e diz que tem na mãe um motivo para se manter firme. “Passei por maus momentos no início. Ficava horas olhando para o vazio e pensando se não estava tendo um pesadelo, porque não acreditava que estava em uma prisão. Hoje em dia estou mais conformado, e o que me seguro é minha fé em Deus e o exemplo de minha mãe. Ela é um exemplo de força, de perseverança, por isso eu não posso deixar a peteca cair”, revela.
Alexandre aproveita para mandar um recado às mães e filhos. “A todas as mães que têm seus filhos passando por algum momento difícil ou em situação parecida com a minha, não percam a esperança. E aos filhos, que deem valor a suas mães, que são a coisa mais preciosa que tem nesse mundo.”
Transferência de prisão
Em março, o porto-segurense Alexandre de Sousa Silva foi transferido da prisão em Nottingham para um centro de detenção em Londres, onde passou a ocupar um cargo de confiança. Após ser entrevistado pelo diretor da prisão londrina, ele foi escolhido para trabalhar na recepção dos presos que chegam ao centro de detenção.  “Eu falo quatro idiomas, então ajudo na tradução quando chega algum prisioneiro que não fala inglês. Também sou responsável, junto com mais três colegas internos, por orientar os novos detentos sobre o funcionamento e a rotina do presídio”, conta Alexandre. “Enquanto todos os demais presos estão trancados, eu e os outros três internos podemos andar livremente pela prisão, sem acompanhamento de oficiais”, explica.
Trabalho reconhecido
Recentemente, ele teve o trabalho reconhecido e elogiado pelo diretor do centro de detenção. “Ele me deu parabéns e agradeceu pelo trabalho que eu e meus colegas estamos fazendo.” Segundo Alexandre, a posição privilegiada que ocupa hoje é consequência da pessoa que ele é. “Não sou drogado e não sou criminoso. Eu falo a todos que estou pagando por um crime que não cometi”, revela, reiterando sua inocência.
“Aprendi que você pode estar no fundo do poço, na sarjeta, mas nunca pode perder o seu respeito, a sua moral e a sua compostura. Eles podem ter tirado tudo de mim – perdi minha casa, perdi meu trabalho, perdi tudo, mas a minha compostura, o meu caráter e a minha honra eles não tiram de mim”, ensina.
Para Alexandre, o cargo de confiança que assumiu, e que reflete seu comportamento exemplar, não irá lhe tirar da prisão, mas certamente vai ajudar caso ele consiga obter a apelação na Corte britânica visando limpar seu nome. “Para um futuro apelo tudo isso vai pesar, porque o juiz verá como foi a minha conduta na cadeia”, observou. Além de trabalhar, o porto-segurense também está fazendo um curso, o que acaba lhe ocupando o restante do tempo na prisão.
Proximidade dos amigos
A transferência para o centro de detenção na capital britânica permitiu que o porto-segurense ficasse mais perto da prima, dos amigos e também do auxiliar consular do Brasil na Inglaterra, Vanilson Pereira, que tem sido incansável em prestar apoio do Itamaraty desde que o brasileiro foi condenado.
Advogado analisa o caso
Enquanto Alexandre ocupa seu tempo trabalhando e estudando, o caso dele está sendo analisado por um advogado em Londres, que busca uma forma de conseguir uma apelação. “Estou com fé que esse advogado vai conseguir alguma coisa”, afirma Alexandre, ressaltando que, para ele, não basta ser libertado – ele quer provar sua inocência e limpar seu nome.
No Brasil, depois de ter obtido apoio de um grande número de parlamentares no Congresso Nacional, a família de Alexandre recebeu, na última semana, uma carta do Gabinete Pessoal da presidente Dilma Rousseff informando que o caso foi encaminhado à Assessoria Especial de Política Externa para eventuais providências.
  
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quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Baiano preso na Inglaterra garante que é inocente


Baiano preso na Inglaterra garante que é inocente

Atualmente há em torno de 3 mil brasileiros presos no Exterior, de acordo com levantamento do Ministério das Relações Exteriores do país. Nessa estatística entra o caso do baiano Alexandre Souza Silva, preso desde março de 2010 na Inglaterra. Após a interferência direta da senadora Lídice da Mata e dos deputados federais Jean Willys e Geraldo Simões, todos da Bahia, o Itamaraty está dando uma atenção prioritária ao caso de Alexandre Souza Silva, de 45 anos, cuja família reside em Porto Seguro.

Acusado inicialmente por tráfico de drogas, Alexandre conseguiu provar sua inocência, mas acabou sendo condenado a 15 anos por conspiração. Posteriormente, ele conseguiu uma redução da pena para 11 anos. Alexandre mora há 22 anos em Londres, onde trabalhava, até ser preso, como comissário de bordo da British Airways. Antes, trabalhou como faxineiro, garçom e cuidador de animais.

Para a professora Sonali Souza Silva, irmã de Alexandre, a prisão dele foi motivada por preconceito. Ela também aponta diversos erros na condução do caso, tanto por parte da polícia quando do juiz Peter Clarke, responsável pelo julgamento. “As provas coletadas na casa de Alexandre, e que comprovam a inocência dele, desapareceram”, diz Sonali. Ela destaca a coragem da senadora Lídice da Mata em entrar no caso para ajudar a defender um brasileiro pobre preso no exterior. A senadora pediu, em regime de urgência, informações ao Ministério das Relações Exteriores relativas Alexandre, o que foi prontamente atendida. No documento, o Itamaraty reforma a inocência do baiano. A família acredita que Alexandre está sendo vítima de preconceito, por ser brasileiro e negro.

A visibilidade que o caso vem obtendo junto ao Congresso e ao governo federal só foi possível graças ao empenho da família de Alexandre, especialmente da irmã e da mãe, dona Ivone. Desde que ele foi preso, Sonali vem coletando assinaturas em um abaixo-assinado que já conta, atualmente, com mais de 20 mil adesões. Ela garante que sua principal luta é para que o irmão tenha um julgamento justo, de preferência na Corte Europeia dos Direitos Humanos. “Mas para isso é preciso que antes se esgotem todos os recursos legais na Inglaterra”, explicou.

A próxima edição impressa do Jornal O Povo publicará uma entrevista exclusiva feita, por e-mail, com Alexandre Silva, na qual ele conta detalhes do momento de sua prisão, critica os erros da Polícia e da Justiça britânica e reitera a esperança de conseguir provar sua inocência.

Por Bárbara Matau

Baiano arrestado en Inglaterra se asegura que es inocente

Baiano arrestado en Inglaterra se asegura que es inocente En la actualidad hay unos 3.000 brasileños detenidos en el extranjero, de acuerdo con una encuesta realizada por el Ministerio de Asuntos Exteriores del país. En este caso la estadística viene de Bahía Alexandre Souza Silva, encarcelado desde marzo de 2010 en Inglaterra. Después de la intervención directa del senador Lídice da Mata y Jean diputados Willys y Simões Geraldo, toda la Bahía, el Ministerio de Relaciones Exteriores está prestando atención prioritaria en el caso de Alexandre Silva Souza, de 45 años, cuya familia vive en Porto Seguro. Inicialmente imputado por tráfico de drogas, Alejandro fue capaz de demostrar su inocencia, pero fue condenado a 15 años por conspiración. Más tarde, recibió una sentencia reducida a 11 años. Alejandro vivió durante 22 años en Londres, donde trabajó hasta que fue detenido, como mayordomo de British Airways. Anteriormente, trabajó como portero, camarero y cuidador de los animales. Para el profesor de Sonali Silva Souza, la hermana de Alejandro, su arresto fue motivado por el prejuicio. También señala varios errores en el desarrollo de las actuaciones, tanto por la policía cuando el juez Peter Clarke, jefe de la prueba. "Las pruebas recogidas en la casa de Alejandro y de probar su inocencia, desapareció", dijo Sonali. Se destaca la valentía del senador Lídice da Mata para entrar en el caso para ayudar a defender a un pobre brasileño arrestado en el extranjero. El senador llamó a una emergencia, la información al Ministerio de Relaciones Exteriores de Alexander, que fue contestada rápidamente. En el documento, la reforma del Ministerio de Relaciones Exteriores de la inocencia de Bahía. La familia cree que Alejandro es víctima de un prejuicio por ser brasileño y negro. La visibilidad que el caso se está ante el Congreso y el gobierno federal sólo fue posible gracias al compromiso de la familia de Alejandro, especialmente a su hermana y su madre, doña Ivone. Desde que fue arrestado, Sonali ha estado recogiendo firmas en una petición que ya tiene actualmente más de 20 000 adhesiones. Se asegura de que su lucha principal es que el hermano tiene un juicio justo, de preferencia en el Tribunal Europeo de Derechos Humanos. "Pero para eso deben ser agotados antes de todos los recursos legales en Gran Bretaña", dijo. La próxima edición impresa del diario The People publicó una entrevista exclusiva realizada por e-mail, Alexandre Silva, en el que da detalles del momento de su detención, el autor critica los errores de la policía británica y la Justicia, y reitera la esperanza de probar su inocencia.

Baiano arrested in England ensures that he is innocent

Baiano arrested in England ensures that he is innocent Currently there are about 3,000 Brazilians arrested abroad, according to a survey by the Ministry of Foreign Affairs of the country. In this case the statistic comes from Bahia Alexandre Souza Silva, imprisoned since March 2010 in England. After the direct interference of Lidice da Mata senator and federal deputies Jean Willys and Geraldo Simões, all of Bahia, the Foreign Ministry is giving priority attention to the case of Alexandre Silva Souza, 45, whose family lives in Porto Seguro. Initially charged for drug trafficking, Alexander was able to prove his innocence, but was sentenced to 15 years for conspiracy. Later, he got a reduced sentence to 11 years. Alexander lived for 22 years in London, where he worked until he was arrested, as a steward for British Airways. Previously, he worked as a janitor, waiter and caretaker of animals. For the teacher Sonali Silva Souza, sister of Alexander, his arrest was motivated by prejudice. She also points out several errors in the conduct of the case, both by the police when Judge Peter Clarke, head of the trial. "The evidence collected at the home of Alexander and prove his innocence, disappeared," says Sonali. It highlights the courage of Senator Lidice da Mata to enter the case to help defend a poor Brazilian arrested overseas. The senator called on an emergency basis, information to the Ministry of Foreign Affairs on Alexander, which was promptly answered. In the document, Foreign Ministry reform the innocence of Bahia. The family believes that Alexander is the victim of prejudice for being Brazilian and black. The visibility that the case is getting to the Congress and the federal government was only possible thanks to the commitment of the family of Alexander, especially his sister and mother, Dona Ivone. Since he was arrested, Sonali has been collecting signatures on a petition that already has currently over 20 000 accessions. It ensures that their main struggle is that the brother has a fair trial, preferably in the European Court of Human Rights. "But for that you must be exhausted before all legal remedies in Britain," he said. The next print edition of the newspaper The People published an exclusive interview done by e-mail, Alexandre Silva, in which he gives details of the time of his arrest, he criticizes the mistakes of the British Police and Justice and reiterates the hope of proving his innocence.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Baiano preso na Inglaterra garante que é inocente

Baiano preso na Inglaterra garante que é inocente

Atualmente há em torno de 3 mil brasileiros presos no Exterior, de acordo com levantamento do Ministério das Relações Exteriores do país. Nessa estatística entra o caso do baiano Alexandre Souza Silva, preso desde março de 2010 na Inglaterra. Após a interferência direta da senadora Lídice da Mata e dos deputados federais Jean Willys e Geraldo Simões, todos da Bahia, o Itamaraty está dando uma atenção prioritária ao caso de Alexandre Souza Silva, de 45 anos, cuja família reside em Porto Seguro.

Acusado inicialmente por tráfico de drogas, Alexandre conseguiu provar sua inocência, mas acabou sendo condenado a 15 anos por conspiração. Posteriormente, ele conseguiu uma redução da pena para 11 anos. Alexandre mora há 22 anos em Londres, onde trabalhava, até ser preso, como comissário de bordo da British Airways. Antes, trabalhou como faxineiro, garçom e cuidador de animais.

Para a professora Sonali Souza Silva, irmã de Alexandre, a prisão dele foi motivada por preconceito. Ela também aponta diversos erros na condução do caso, tanto por parte da polícia quando do juiz Peter Clarke, responsável pelo julgamento. “As provas coletadas na casa de Alexandre, e que comprovam a inocência dele, desapareceram”, diz Sonali. Ela destaca a coragem da senadora Lídice da Mata em entrar no caso para ajudar a defender um brasileiro pobre preso no exterior. A senadora pediu, em regime de urgência, informações ao Ministério das Relações Exteriores relativas Alexandre, o que foi prontamente atendida. No documento, o Itamaraty reforma a inocência do baiano. A família acredita que Alexandre está sendo vítima de preconceito, por ser brasileiro e negro.

A visibilidade que o caso vem obtendo junto ao Congresso e ao governo federal só foi possível graças ao empenho da família de Alexandre, especialmente da irmã e da mãe, dona Ivone. Desde que ele foi preso, Sonali vem coletando assinaturas em um abaixo-assinado que já conta, atualmente, com mais de 20 mil adesões. Ela garante que sua principal luta é para que o irmão tenha um julgamento justo, de preferência na Corte Europeia dos Direitos Humanos. “Mas para isso é preciso que antes se esgotem todos os recursos legais na Inglaterra”, explicou.

A próxima edição impressa do Jornal O Povo publicará uma entrevista exclusiva feita, por e-mail, com Alexandre Silva, na qual ele conta detalhes do momento de sua prisão, critica os erros da Polícia e da Justiça britânica e reitera a esperança de conseguir provar sua inocência.

Por Bárbara Matau