segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Preso na Inglaterra, trabalhador baiano diz ser vítima de injustiça.

Noção, Razão, ou Inconsequência ?





      Alexandre de Souza Silva, 44, há mais de 20 anos mora e trabalha em Londres, de onde ajuda sua mãe e sua irmã, que residem em Porto Seguro-BA. Lá ele foi faxineiro, garçom, vendedor com credencial para atendimento à princesa Daiana e à família dela, chegando a comissário aéreo da British Airways, uma das maiores empresas aéreas do mundo.
      O poliglota Alexandre Silva poderia ser considerado um exemplo de latino-americano bem sucedido na Europa, tendo obtido cidadania inglesa e adquirido uma casa em Londres, paga em suaves prestações, com seus salários merecidamente recebidos em troca de trabalho digno.
      Com a mesma dedicação da mãe, de quem recebeu vários exemplos de trabalho social voluntário, mesmo doente, junto a adultos e crianças carentes no Brasil, Alexandre Silva chegou a salvar vidas em tragédias inglesas como a tempestade de neve que ocorreu no metrô de Londres em 30 de janeiro de 2003, carregando nos braços diversas pessoas que não conseguiam andar.
      Com o aumento de suas despesas devido ao agravamento da saúde de sua mãe, Alexandre Silva alugou sua casa em Londres e passou a morar com um amigo paranaense, Júlio, que sem o conhecimento de Alexandre, vinha sendo observado pela polícia britânica. Uma batida policial na casa dos amigos brasileiros encontrou 20 gramas de drogas e prendeu os dois moradores da casa. Alexandre, que acabara de chegar de uma viagem a serviço da Airways, seguiu com certa tranqüilidade para a repartição policial, confiante de que sua inocência seria facilmente comprovada.
      Como era de se esperar, Júlio assumiu que a droga era sua, mas surpreendentemente, não informou que Alexandre Silva nada tinha a ver com o assunto. Submetendo Alexandre a diversos vexames, exames laboratoriais, quebra de sigilo bancário e buscas em sua residência, a polícia nada encontrou no sentido de incriminar o brasileiro, mas apesar disto e de depoimentos de importantes testemunhas a favor de Alexandre,  a polícia manteve o brasileiro preso sob acusação de tráfego de drogas de 6 de julho a 20 de novembro de 2009, quando determinou que ele aguardasse o julgamento em liberdade.
      Em completa ausência de provas, no dia 24 de fevereiro de 2010 a justiça britânica retirou de Alexandre a acusação de  tráfico de drogas e o acusou de conspiração contra os ingleses, condenando-o a 7 anos de reclusão, por decisão do juiz Peter Clarke.                 
      Esta sequência de notícias caiu como bombas na digna família porto-segurense, que tem Alexandre Silva como cidadão e filho exemplar, injustamente preso em um país tão distante, onde mora com dupla cidadania.
      Depois do julgamento, em carta manuscrita, Júlio assumiu toda a culpa sobre o flagrante, deixando clara a inocência do baiano, cabendo agora, segundo a professora Sonali Silva, irmã da suposta vítima, a revisão do  julgamento do caso e uma ação de indenização contra o Estado britânico, por calúnia, difamação e danos morais.
      Segundo informações da professora, o que está dentro dos limites da Justiça brasileira está sendo feito. “Peço que se faça o que for necessário para que seja revisto o caso, urgentemente, junto a Embaixada do Brasil, em Londres”, suplica Sonali, agradecendo a todos que estão colaborando e torcendo pela liberdade de Alexandre, inclusive por meio de um “abaixo assinado” requerendo a revisão do julgamento, já com mais de 3.000 assinaturas.
       O caso de Alexandre é mais um na lista de equívocos de autoridades londrinas contra brasileiros que trabalham na Inglaterra. Em 2005, confundindo o eletricista Jean Charles com o etíope Hussain Osman, Jean Charles foi assassinado sem nenhum direito de defesa. O crime ocorreu duas semanas depois dos atentados de 7 de julho daquele ano, em Londres. Apesar de reconhecer a "fatalidade", a polícia britânica defendeu seus subordinados e atribuiu os erros da operação a "equívocos" cometidos pelo brasileiro, como ter fugido ao ver os oficiais e ter seu visto vencido. “Com Alexandre, nem isto”, garante Sonali.
(José Edson de Vasconcelos, jornalista DRT BA 241, com informações da professora Sonali Silva, irmã da suposta vítima.)


3 comentários:

  1. gostaria de assinar o abaixo-assinado. Como devo proceder?

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  2. bom dia sonali,
    assinei meu nome, e vc me deu o blog ai
    estava lendo o caso de alexandre e fiquei muito triste mais estamos torcendo por ele.

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